O inconsciente e a política: entre a estrangeiridade e a extimidade

Autores

  • Jacqueline de Oliveira Moreira

Palavras-chave:

Psicanálise. Política. Freud.

Resumo

O presente texto se constitui em um ensaio teórico que objetiva produzir uma reflexão sobre algumas possibilidades de articulação entre Psicanálise e política. Dentre os diferentes caminhos que podem ser traçados para alcançar esse objetivo, optamos por eleger o conceito de política de Hannah Arendt como ponto de partida de nossa reflexão e localizar no texto freudiano as menções à palavra “política”. Propomos pensar a ideia freudiana do inconsciente como um ato político subversivo, pois introduz a formulação do desejo e oferece voz aos sujeitos eclipsados pela massificação civilizatória. Concluímos que a formalização freudiana do inconsciente desvela a relação paradoxal do sujeito com o outro, visto que a condição de desamparo estrutural anuncia a dependência do outro e, paradoxalmente, a necessidade de mediar essa relação de mal-estar (Freud, 1930/1974). A noção de inconsciente traduz duplamente o tema da política, primeiro porque política e inconsciente são resultados da condição de desamparo, e, segundo, porque a política e o inconsciente representam tentativas de trabalhar o mal-estar produzido na e pela relação com outro (Freud, 1930/1974).

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Publicado

25-11-2019

Como Citar

de Oliveira Moreira, J. (2019). O inconsciente e a política: entre a estrangeiridade e a extimidade. Analytica: Revista De Psicanálise, 8(14), 1–18. Recuperado de http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/3597

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