Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica <p><strong>Linha editorial</strong></p> <p style="text-align: justify;">A <em>Analytica: Revista de Psicanálise</em> tem como finalidade publicar investigações/desenvolvimentos teóricos, relatos de pesquisa, debates, entrevistas e resenhas que contenham análises, críticas e reflexões sobre temas, fatos e questões a partir do referencial psicanalítico. Publica também artigos voltados à interlocução entre a psicanálise e outros campos de saberes - como a filosofia e as ciências sociais - igualmente dedicados ao pensamento sobre a sociedade e a cultura. As propostas para publicação devem ser originais, não tendo sido publicadas em qualquer outro veículo do país. Publicam-se artigos em quatro línguas: português, espanhol, inglês e francês.</p> <p><strong>Editorial line </strong></p> <p>The <em>Analytica: Revista de Psican´álise</em> goals to publish research / theoretical developments, research reports, debates, interviews and reviews that contain analyzes, critiques and reflections on issues, events and issues from psychoanalysis. It also publishes articles focused on the dialogue between psychoanalysis and other fields of knowledge, such as philosophy and social sciences, also dedicated to thinking about society and culture. Proposals for publication must be original and has not been published in any other vehicle in the country. Articles are published in four languages: portuguese, spanish, english and french.</p> <p><img src="http://periodicos.ufsj.edu.br/public/site/images/lepidus/mceclip0-1fe643dba5f2f9afa27a6d46aec02ce3.jpg" alt="" width="640" height="599" /></p> pt-BR analytica@ufsj.edu.br (Magali Milene Silva) raphaellatdc@aluno.ufsj.edu.br (Raphaella Cristina Tolentino do Carmo Bambirra ) Mon, 13 Oct 2025 17:41:01 -0300 OJS 3.3.0.11 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 A operação antifilosófica da teoria do significante em Lacan http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5606 <p>O presente artigo aborda a teoria do significante, tal como articulada por Lacan, em conjunto com os aspectos filosóficos que sua proposta levanta. Nossa tese é que há uma operação antifilosófica presente na assimilação do conceito de significante em Lacan. Propomos, como argumento central, que alcançar a radicalidade dessa assimilação requer uma crítica a determinadas posições históricas da filosofia, concernente particularmente à tradição metafísica. Para tanto, inicialmente, no artigo apresentamos a questão da antifilosofia em Lacan, tendo como fundamento o trabalho do filósofo Alain Badiou como guia nessas tomadas de posição em relação à filosofia. Com essa apresentação, desejamos levantar os aspectos que se referem às consequências epistemológicas do significante e as questões provocadas pela antifilosofia lacaniana. Como objetivo, a partir dessa leitura, percorremos a construção histórica da concepção lacaniana de significante e realizamos um debate entre antifilosofia e temas centrais, como o sentido, o inconsciente, a metáfora e a metonímia. Ao final, estabelecemos que a relação entre filosofia e psicanálise, na via antifilosófica, não sinaliza simplesmente uma crítica ou rejeição ao filosófico, mas a possibilidade de uma razão ou verdade que aceita a determinação significante. </p> Alberto Warmling Candido da Silva, Vinicius Anciães Darriba Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5606 Thu, 28 Aug 2025 00:00:00 -0300 Sofrimento psíquico ou transtorno mental?: Impasses clínico-políticos entre demanda e acolhimento http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5655 <p>O presente artigo deriva da pesquisa de pós-doutorado realizada em cooperação entre instituição de ensino e Secretaria de Estado de Saúde entre os anos de 2021 e 2023, partindo da questão da “não adesão ao tratamento” em saúde mental. Com o objetivo de coletar elaborações das equipes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) quanto aos impasses clínico-políticos cotidianos em momento de ruptura da Reforma Psiquiátrica e de eclosão da pandemia da covid-19, o artigo tem como metodologia analisar questões emergidas nas discussões de caso com os profissionais, sob os fundamentos da psicanálise de orientação lacaniana. A partir da indagação dos pesquisadores quanto a “casos difíceis” (tentativas de suicídio, automutilação, “autoboicote” e à “não adesão ao tratamento”), extrai-se, como resultado, a diferença entre o acolhimento/tratamento do sofrimento psíquico e a classificação/recolhimento/medicalização do transtorno mental. Constata-se que a impossibilidade da escuta e da construção interdisciplinar gera um “limbo assistencial”, substituído por ações de recolhimento em instituições filantrópicas, entre outras formas de intervenção que retroalimentam demandas no campo do sofrimento psíquico. O artigo aponta, como conclusão, a necessidade de qualificação das equipes que compõem a Raps com supervisão clínico-institucional/territorial, entre outras implementações. Traz, como contribuição para a Raps, os principais sustentáculos da clínica psicanalítica: a transferência, em sua face de resistência e a pulsão de morte. <br /><br /></p> Daniela Santos Bezerra, Maria Lívia Tourinho Moretto, Karen Alves Paz, Julia Kalinda de Oliveira Cardoso , Natalia Lucas Pereira, Kaique Canalle Teixeira , Luigi Alaburda Vetere Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5655 Thu, 25 Sep 2025 00:00:00 -0300 O mal-estar contemporâneo e os transtornos de ansiedade: aprofundamento psicanalítico sobre a crescente dessa categoria de diagnóstico e sua relação com aspectos culturais da atualidade http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5468 <p>Propõe-se neste artigo aprofundar, a partir de uma chave de leitura de referencial psicanalítico, como se dá algumas categorizações de sofrimento contemporâneas, centralizadas no psicodiagnóstico dos chamados transtornos de ansiedade. Freud problematiza, por meio de seu conceito de mal-estar, como a forma de adoecer e sofrer psiquicamente está intrinsecamente relacionada com as organizações estruturais da cultura em que o sujeito está inserido. Tendo como embasamento a metodologia de revisão bibliográfica, apoiada em Freud, Birman e Han, além de outros autores em complementaridade, este artigo objetiva mapear noções da subjetividade predominantes da cultura contemporânea, especificamente aquelas que dialogam com as noções categóricas da nosologia dos transtornos de ansiedade. O percurso desta revisão levou a compreender como as modalidades de sofrimento da contemporaneidade, organizadas por Birman em três registros (o corpo, o excesso e a intensidade), se relacionam com os transtornos de pânico, de ansiedade generalizada e de estresse pós-traumático. Tendo como referência essa relação estabelecida, compreende-se, em termos gerais, como essas manifestações de sofrimento ultrapassam os modelos clássicos das neuroses de transferência, relacionada à angústia de castração, para se adequarem a outras categorias clínicas, como as neuroses atuais ou à clínica do trauma.</p> <p><span style="font-weight: 400;"><strong>Palavras-chave</strong>: Transtornos de ansiedade. Psicanálise contemporânea. Mal-estar na cultura.</span></p> Lucas Gabriel Baviera Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5468 Thu, 28 Aug 2025 00:00:00 -0300 Incidências da dimensão de musicalidade da voz em relação à transferência na clínica psicanalítica http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5648 <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho propõe uma aproximação entre a dimensão musical da voz e a clínica psicanalítica, articulando os campos da música, da voz e da psicanálise a partir da escuta de psicanalistas de orientação lacaniana. Com foco na musicalidade da voz e sua implicação na transferência, adotou-se uma abordagem qualitativa e exploratória, fundamentada no método de amostragem em bola de neve e psicanalítico. Foram realizadas entrevistas com quatro psicanalistas, cujos relatos clínicos revelaram como a voz – em seus aspectos rítmicos, sonoros e afetivos – opera como elemento fundamental na escuta do inconsciente. As vinhetas analisadas evidenciam que a voz pode sustentar o desejo, instaurar ressonâncias entre analista e paciente e constituir-se como suporte para a emergência da transferência. Silêncios, balbucios, repetições e musicalidades não convencionais aparecem como formas expressivas que favorecem o encontro clínico e possibilitam o surgimento de uma fala singular. A voz, nesse contexto, não é apenas veículo de significação, mas meio de afetação e inscrição subjetiva. Além disso, destaca-se que a formação do analista também passa por sua capacidade de escuta – uma escuta que se afina com o ritmo do outro, sustentada pela transferência e marcada por um ponto surdo diante do objeto a. Assim, mais do que responder à pergunta inicial –Quais as implicações da musicalidade da voz em relação à transferência na clínica psicanalítica? –, este estudo busca delinear possíveis caminhos de investigação entre diferentes campos do saber, sem a pretensão de esgotar o tema. Ao contrário, procura lançar novas perguntas e indicar conexões que possam inspirar futuros estudos sobre as interfaces entre voz, música e subjetivação na clínica psicanalítica.<br />rtografado, houve nesse trabalho a tentativa de reunir incidências da dimensão musical da voz na clínica psicanalítica que se direcionam a promover articulações entre o campo musical, a voz e a psicanálise. Para isso, priorizou-se os aspectos voltados à musicalidade presente na voz e sua relação com a transferência. Na metodologia adotada, optou-se pela pesquisa de cunho qualitativo e exploratório, utilizando-se do método psicanalítico. Participaram da pesquisa cinco psicanalistas, que foram entrevistados por meio da plataforma do google meet. O problema condutor do estudo foi: Quais as implicações da musicalidade da voz frente à transferência na clínica psicanalítica? À questão, surgiram diferentes relatos dos entrevistados que apontam possíveis cartografias da voz na prática clínica. Na primeira seção, a voz desponta como meio de sustentação do desejo, tanto na relação paciente-analista como para a estruturação psíquica da paciente. Ecos e ressonâncias denunciam os efeitos que passam a surgir nos caminhos da análise na segunda vinheta, que apresenta a produção da voz como compositora de um encontro entre paciente e analista. Desse encontro, na terceira seção, a transferência convida analista e paciente a dançarem conforme a música que é composta entre a alternância de sons, ritmos e palavras. Da música da palavra, a voz, na quarta seção, se apresenta como a possibilidade de uma escrita que permite um dizer sobre a própria história. Por fim, as marcas na formação de um analista que precisa estabelecer um ponto surdo frente ao objeto </span><em><span style="font-weight: 400;">a</span></em><span style="font-weight: 400;"> como mais-de-gozar, constituído pela transferência com o primeiro analista, para poder ouvir apenas a musicalidade da voz da analista, que o convida a advir.</span></p> Suzane Sulenta, Liani Maria Hanauer Favretto, Cláudio Kazuo Akimoto Júnior Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5648 Mon, 13 Oct 2025 00:00:00 -0300 O pacto narcísico da cisgeneridade: divagações psicanalíticas sobre a ofensa da nomeação http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5241 <p align="justify">Assim como, segundo Cida Bento, a branquitude produz alianças em vias de se preservar por meio de um pacto narcísico, compreendemos que a cisgeneridade se imiscui no narcisismo da branquitude, como postula Viviane Vergueiro. Sendo assim, desenvolvemos a ideia de um pacto narcísico da cisgeneridade. Colocando-nos em posição de analistas e afirmando-nos como “o monstro que vos escuta”, a partir de Paul B. Preciado, deparamo-nos com uma reação de rejeição à nomeação da norma, uma vez que a cisgeneridade institucional utiliza como estratégia fundamental de seu pacto narcísico a negação de sua conceituação; ou seja, a norma se naturaliza e, com isso, almeja sua conservação. Temos como objetivo mostrar que, a partir de alianças narcísicas e da recusa, as normatividades modernas/coloniais se autopreservam e se presentificam, dentre outros espaços, nos saberes psicanalíticos. Para trilhar esse caminho, temos como metodologia a revisão bibliográfica, por meio da qual associamos a noção freudiana de narcisismo à definição de pacto narcísico, de Cida Bento; à Outridade, de Grada Kilomba; à ofensa da nomeação, de Pfeil &amp; Pfeil. Dessa maneira, concluímos que a cisgeneridade, como estrutura de dominação, opera por meio de pactos narcísicos e mecanismos de defesa do ego, atribuindo à Outridade as corporalidades que não a reflitam.</p> Bruno Latini Pfeil, Cello Latini Pfeil Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5241 Wed, 08 Oct 2025 00:00:00 -0300 Um rastro de Objeto pulsional na Ode de Ariana para Dionísio, de Hilda Hilst (1974/2018) http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5646 <p>O artigo propõe ressaltar a riqueza da interface entre psicanálise e literatura e assinalar a possibilidade que uma obra literária tem para esclarecer conceitos e elucidar questões clínicas, o que não escapou a Freud ao utilizar poemas, romances e obras de arte, quando a ciência não lhe oferecia as ferramentas para explicar fenômenos subjetivos. Seguindo essa lógica, a discussão presente gira em torno do conceito de Objeto, Pulsão e Eu, tomando como mote os cânticos de Ariana para Dionísio extraídos da obra poética de Hilda Hilst chamada Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé: de Ariana para Dionísio (1974), em que o jogo presença-ausência do amado sugere investimento objetal que permite tracejar uma discussão central em torno da relação entre o cântico/clamor de Ariana por Dionísio e o rastro de trabalho psíquico que o investimento pulsional traceja, como sintomática saudosa pela presença-ausência de um Objeto de desejo. Nesse cenário, diante da ordinariedade humana e da grandeza celeste de um Objeto do Olimpo de escritores/as brasileiros/as, foi alcançada uma possibilidade interpretativa de que Dionísio, o coadjuvante de Hilda Hilst (1974/2018), perfaz um Objeto pulsional capaz de colocar a protagonista, Ariana, na posição faltosa em franco trabalho desejante.</p> Hellen Cristina Queiroz de Freitas, Roseane Freitas Nicolau, Camila Backes dos Santos Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5646 Fri, 03 Oct 2025 00:00:00 -0300 Correlações entre a pulsão de morte e a guerra à luz da transição para a segunda tópica freudiana http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5562 <p>O escopo geral do nosso artigo é oferecer uma exposição que transita pelas noções de pulsão (Trieb), pulsão de morte (Todestrieb) e guerra (Krieg). Teremos como ponto de partida a obra de Freud e sua correspondência com Albert Einstein. Propomos um excurso histórico-conceitual sobre a categoria da pulsão, mobilizando-a à luz da passagem para a segunda tópica freudiana, a fim de analisar o advento do conceito de pulsão de morte e sua potência explicativa para compreender a persistência histórica de grandes conflitos bélicos. Nosso objetivo é demonstrar como os conceitos metapsicológicos freudianos podem propiciar ferramentas críticas à reflexão sobre a guerra, além de determinismos sociopolíticos, sublinhando assim a dimensão psíquica da agressividade humana. </p> Virginio Martins Gouveia Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5562 Mon, 13 Oct 2025 00:00:00 -0300 “Uma prostituta abre a porta do quarto e encontra o pai”: análise estrutural de um mito da prostituição feminina dita de luxo http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5650 <p style="font-weight: 400;">Partindo de uma pesquisa em antropologia, o artigo utiliza os referenciais teóricos da psicanálise para refletir a questão do recalque do desejo incestuoso na constituição da família e da civilidade ocidental moderna. Para tanto, analisa uma história coletada em trabalho de campo com observação participante sobre a prostituição feminina dita de luxo, no Rio de Janeiro. História essa, repetidas vezes contada entre prostitutas, aqui tomada como um mito, em termos straussianos, e que narra o encontro de uma prostituta com o pai, na cena do programa. O texto busca, então, explorar os sentidos dessa história, no contexto etnográfico em que ela emerge, passeando também por outros contextos, a fim de indicar a circulação do mito (e variantes), no imaginário social a respeito da prostituição, em um cenário mais amplo. A presente discussão é articulada pela seguinte questão: De que maneira o mito em tela relaciona o problema econômico-moral do sustento, viabilizado pelo trabalho, com a ordem familiar tradicionalmente prescrita como modelo da sociedade moderna ocidental? Os resultados desta análise apontam para a importância do trabalho feminino na dinâmica subjacente de desejos que organizam a família e a sexualidade. Com isso, conclui-se, por meio do exame do mitema que nomeia o artigo, que o assombro e a angústia demonstrados pelas mulheres e representados pelo encontro mítico com a figura do pai no ambiente da prostituição relaciona-se ao conflito de significações que emerge desse contexto.</p> Natânia Lopes Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5650 Fri, 03 Oct 2025 00:00:00 -0300 Elaborações e empecilhos do luto na infância: estudo de produções textuais psicanalíticas entre 2020 e 2024 http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5448 <p>O luto é um processo experienciado decorrente de uma perda, que pode ocorrer em qualquer fase da vida, inclusive na infância. Apesar disso, assuntos relacionados à morte, ainda hoje, continuam sendo tabu para muitas pessoas. Devido a essa construção cultural, a concepção acerca da morte, por parte dos adultos, pode tornar-se um empecilho para a elaboração do luto das crianças, ao colocarem-nas em uma situação de recusa e privação desse momento, utilizando elementos fictícios para justificar a perda. Assim, a presente pesquisa objetivou compreender as particularidades da experiência de perda no período da infância, considerando a falta de informação fornecida às crianças como um impedimento para o trabalho de luto realizado por elas. Por meio de uma revisão bibliográfica de artigos e livros que abordaram a temática do luto na infância, sobretudo, de direção psicanalítica, puderam-se evidenciar a necessidade de ofertar às crianças a participação nos ritos e o diálogo sobre a morte e o luto em face da importância para a elaboração. Com isso, ressalta-se, ainda, imprescindível a realização de mais estudos relativos à temática como forma de disseminar a realidade do luto, também vivenciado pelas crianças como experiência válida, com as particularidades discutidas. </p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Luto infantil. Luto da Criança. Psicanálise.</p> Emanuelle Schuwart Fornasier Rossi, Lucas Guilherme Fernandes Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5448 Thu, 25 Sep 2025 00:00:00 -0300 A construção do trauma na vida e obra de Maya Angelou (1928-2014) http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5647 <p>O abuso sexual infantil tem consequências terríveis para o desenvolvimento saudável do indivíduo. Entre as intervenções que a psicanálise oferece para tratar desse tipo de caso, a simbolização por meio da arte aparece como alternativa para amenizar a realidade psíquica do trauma. O presente trabalho visa identificar essa simbolização explorada no trauma resultante de abuso sexual relatado na autobiografia da escritora estadunidense Maya Angelou, Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, em consonância com a análise do poema “Bater na criança já era ruim o suficiente”, também de sua autoria. Foram abordadas as definições de trauma para Freud, Winnicott, Ferenczi e Lacan, enfatizando a importância da arte e da linguagem na produção escrita para a compreensão do sofrimento psíquico. A leitura Winnicottiana de trauma – que o concebe especialmente como fracasso de um objeto idealizado em desempenhar sua função preconcebida – é evidentemente identificada com o abuso sexual que Maya experienciou por parte de seu padrasto devido às confusões de sentimentos relatados por ela. Já as ideias lacanianas sobre a importância da linguagem e de seus significantes, estrutura primordial da sua psicanálise, podem ser expressas a partir da análise de vida e obra da autora, a qual encontrou na produção literária uma alternativa para simbolizar seu sofrimento. Observa-se, portanto, a relevância dessa vertente de estudo na psicanálise, bem como as vantagens de estudos de caso extraídos de autobiografias, considerando o modo de escrita (na maioria dos casos fluxo de consciência) como congruente à livre associação, basilar para a leitura psicanalítica.</p> Maria Letícia Medeiros Duarte, Jordany Alves Barreto, Yorran Hardman Araújo Montenegro Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5647 Wed, 08 Oct 2025 00:00:00 -0300