http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/issue/feedAnalytica: Revista de Psicanálise2025-06-12T10:39:16-03:00Magali Milene Silvaanalytica@ufsj.edu.brOpen Journal Systems<p><strong>Linha editorial</strong></p> <p style="text-align: justify;">A <em>Analytica: Revista de Psicanálise</em> tem como finalidade publicar investigações/desenvolvimentos teóricos, relatos de pesquisa, debates, entrevistas e resenhas que contenham análises, críticas e reflexões sobre temas, fatos e questões a partir do referencial psicanalítico. Publica também artigos voltados à interlocução entre a psicanálise e outros campos de saberes - como a filosofia e as ciências sociais - igualmente dedicados ao pensamento sobre a sociedade e a cultura. As propostas para publicação devem ser originais, não tendo sido publicadas em qualquer outro veículo do país. Publicam-se artigos em quatro línguas: português, espanhol, inglês e francês.</p> <p><strong>Editorial line </strong></p> <p>The <em>Analytica: Revista de Psican´álise</em> goals to publish research / theoretical developments, research reports, debates, interviews and reviews that contain analyzes, critiques and reflections on issues, events and issues from psychoanalysis. It also publishes articles focused on the dialogue between psychoanalysis and other fields of knowledge, such as philosophy and social sciences, also dedicated to thinking about society and culture. Proposals for publication must be original and has not been published in any other vehicle in the country. Articles are published in four languages: portuguese, spanish, english and french.</p> <p><img src="http://periodicos.ufsj.edu.br/public/site/images/lepidus/mceclip0-1fe643dba5f2f9afa27a6d46aec02ce3.jpg" alt="" width="640" height="599" /></p>http://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5448Elaborações e empecilhos do luto na infância: estudo de produções textuais psicanalíticas entre 2020 e 20242024-06-18T20:06:20-03:00Emanuelle Schuwart Fornasier Rossimanufornasier@gmail.comLucas Guilherme Fernandeslucasguilhermefernandes@gmail.com<p>O luto é um processo experienciado decorrente de uma perda, que pode ocorrer em qualquer fase da vida, inclusive na infância. Apesar disso, assuntos relacionados à morte, ainda hoje, continuam sendo tabu para muitas pessoas. Devido a essa construção cultural, a concepção acerca da morte, por parte dos adultos, pode tornar-se um empecilho para a elaboração do luto das crianças, ao colocarem-nas em uma situação de recusa e privação desse momento, utilizando elementos fictícios para justificar a perda. Assim, a presente pesquisa objetivou compreender as particularidades da experiência de perda no período da infância, considerando a falta de informação fornecida às crianças como um impedimento para o trabalho de luto realizado por elas. Por meio de uma revisão bibliográfica de artigos e livros que abordaram a temática do luto na infância, sobretudo, de direção psicanalítica, puderam-se evidenciar a necessidade de ofertar às crianças a participação nos ritos e o diálogo sobre a morte e o luto em face da importância para a elaboração. Com isso, ressalta-se, ainda, imprescindível a realização de mais estudos relativos à temática como forma de disseminar a realidade do luto, também vivenciado pelas crianças como experiência válida, com as particularidades discutidas. </p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Luto infantil. Luto da Criança. Psicanálise.</p>2025-09-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5606A operação antifilosófica da teoria do significante em Lacan2025-02-26T13:57:14-03:00Alberto Warmling Candido da Silvaalbertowarmling@gmail.comVinicius Anciães Darribaviniciusdarriba@gmail.com<p>O presente artigo aborda a teoria do significante, tal como articulada por Lacan, em conjunto com os aspectos filosóficos que sua proposta levanta. Nossa tese é que há uma operação antifilosófica presente na assimilação do conceito de significante em Lacan. Propomos, como argumento central, que alcançar a radicalidade dessa assimilação requer uma crítica a determinadas posições históricas da filosofia, concernente particularmente à tradição metafísica. Para tanto, inicialmente, no artigo apresentamos a questão da antifilosofia em Lacan, tendo como fundamento o trabalho do filósofo Alain Badiou como guia nessas tomadas de posição em relação à filosofia. Com essa apresentação, desejamos levantar os aspectos que se referem às consequências epistemológicas do significante e as questões provocadas pela antifilosofia lacaniana. Como objetivo, a partir dessa leitura, percorremos a construção histórica da concepção lacaniana de significante e realizamos um debate entre antifilosofia e temas centrais, como o sentido, o inconsciente, a metáfora e a metonímia. Ao final, estabelecemos que a relação entre filosofia e psicanálise, na via antifilosófica, não sinaliza simplesmente uma crítica ou rejeição ao filosófico, mas a possibilidade de uma razão ou verdade que aceita a determinação significante. </p>2025-08-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5655Sofrimento psíquico ou transtorno mental?: Impasses clínico-políticos entre demanda e acolhimento2025-04-02T16:41:27-03:00Daniela Santos Bezerradanielabezer@gmail.comMaria Lívia Tourinho Morettoliviamoretto@usp.brKaren Alves Pazkaren.alvespaz@usp.brJulia Kalinda de Oliveira Cardoso juliakalinda2014@gmail.comNatalia Lucas Pereiranatalialucas7@usp.brKaique Canalle Teixeira kaisquer@usp.brLuigi Alaburda Vetere luigi.vetere@usp.br<p>O presente artigo deriva da pesquisa de pós-doutorado realizada em cooperação entre instituição de ensino e Secretaria de Estado de Saúde entre os anos de 2021 e 2023, partindo da questão da “não adesão ao tratamento” em saúde mental. Com o objetivo de coletar elaborações das equipes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) quanto aos impasses clínico-políticos cotidianos em momento de ruptura da Reforma Psiquiátrica e de eclosão da pandemia da covid-19, o artigo tem como metodologia analisar questões emergidas nas discussões de caso com os profissionais, sob os fundamentos da psicanálise de orientação lacaniana. A partir da indagação dos pesquisadores quanto a “casos difíceis” (tentativas de suicídio, automutilação, “autoboicote” e à “não adesão ao tratamento”), extrai-se, como resultado, a diferença entre o acolhimento/tratamento do sofrimento psíquico e a classificação/recolhimento/medicalização do transtorno mental. Constata-se que a impossibilidade da escuta e da construção interdisciplinar gera um “limbo assistencial”, substituído por ações de recolhimento em instituições filantrópicas, entre outras formas de intervenção que retroalimentam demandas no campo do sofrimento psíquico. O artigo aponta, como conclusão, a necessidade de qualificação das equipes que compõem a Raps com supervisão clínico-institucional/territorial, entre outras implementações. Traz, como contribuição para a Raps, os principais sustentáculos da clínica psicanalítica: a transferência, em sua face de resistência e a pulsão de morte. <br /><br /></p>2025-09-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5646Um rastro de Objeto pulsional na Ode de Ariana para Dionísio, de Hilda Hilst (1974/2018)2025-05-26T13:56:07-03:00Hellen Cristina Queiroz de Freitashellenfreitaspsicologia@gmail.comRoseane Freitas Nicolauroseane@ufpa.brCamila Backes dos Santoscamibackes@gmail.com<p>O artigo propõe ressaltar a riqueza da interface entre psicanálise e literatura e assinalar a possibilidade que uma obra literária tem para esclarecer conceitos e elucidar questões clínicas, o que não escapou a Freud ao utilizar poemas, romances e obras de arte, quando a ciência não lhe oferecia as ferramentas para explicar fenômenos subjetivos. Seguindo essa lógica, a discussão presente gira em torno do conceito de Objeto, Pulsão e Eu, tomando como mote os cânticos de Ariana para Dionísio extraídos da obra poética de Hilda Hilst chamada Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé: de Ariana para Dionísio (1974), em que o jogo presença-ausência do amado sugere investimento objetal que permite tracejar uma discussão central em torno da relação entre o cântico/clamor de Ariana por Dionísio e o rastro de trabalho psíquico que o investimento pulsional traceja, como sintomática saudosa pela presença-ausência de um Objeto de desejo. Nesse cenário, diante da ordinariedade humana e da grandeza celeste de um Objeto do Olimpo de escritores/as brasileiros/as, foi alcançada uma possibilidade interpretativa de que Dionísio, o coadjuvante de Hilda Hilst (1974/2018), perfaz um Objeto pulsional capaz de colocar a protagonista, Ariana, na posição faltosa em franco trabalho desejante.</p>2025-10-03T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5468O mal-estar contemporâneo e os transtornos de ansiedade: aprofundamento psicanalítico sobre a crescente dessa categoria de diagnóstico e sua relação com aspectos culturais da atualidade2025-01-23T18:45:02-03:00Lucas Gabriel Bavieralucasbaviera@gmail.com<p>Propõe-se neste artigo aprofundar, a partir de uma chave de leitura de referencial psicanalítico, como se dá algumas categorizações de sofrimento contemporâneas, centralizadas no psicodiagnóstico dos chamados transtornos de ansiedade. Freud problematiza, por meio de seu conceito de mal-estar, como a forma de adoecer e sofrer psiquicamente está intrinsecamente relacionada com as organizações estruturais da cultura em que o sujeito está inserido. Tendo como embasamento a metodologia de revisão bibliográfica, apoiada em Freud, Birman e Han, além de outros autores em complementaridade, este artigo objetiva mapear noções da subjetividade predominantes da cultura contemporânea, especificamente aquelas que dialogam com as noções categóricas da nosologia dos transtornos de ansiedade. O percurso desta revisão levou a compreender como as modalidades de sofrimento da contemporaneidade, organizadas por Birman em três registros (o corpo, o excesso e a intensidade), se relacionam com os transtornos de pânico, de ansiedade generalizada e de estresse pós-traumático. Tendo como referência essa relação estabelecida, compreende-se, em termos gerais, como essas manifestações de sofrimento ultrapassam os modelos clássicos das neuroses de transferência, relacionada à angústia de castração, para se adequarem a outras categorias clínicas, como as neuroses atuais ou à clínica do trauma.</p> <p><span style="font-weight: 400;"><strong>Palavras-chave</strong>: Transtornos de ansiedade. Psicanálise contemporânea. Mal-estar na cultura.</span></p>2025-08-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5650“Uma prostituta abre a porta do quarto e encontra o pai”: análise estrutural de um mito da prostituição feminina dita de luxo2025-05-29T13:39:04-03:00Natânia Lopesnatanialopes@id.uff.br<p style="font-weight: 400;">Partindo de uma pesquisa em antropologia, o artigo utiliza os referenciais teóricos da psicanálise para refletir a questão do recalque do desejo incestuoso na constituição da família e da civilidade ocidental moderna. Para tanto, analisa uma história coletada em trabalho de campo com observação participante sobre a prostituição feminina dita de luxo, no Rio de Janeiro. História essa, repetidas vezes contada entre prostitutas, aqui tomada como um mito, em termos straussianos, e que narra o encontro de uma prostituta com o pai, na cena do programa. O texto busca, então, explorar os sentidos dessa história, no contexto etnográfico em que ela emerge, passeando também por outros contextos, a fim de indicar a circulação do mito (e variantes), no imaginário social a respeito da prostituição, em um cenário mais amplo. A presente discussão é articulada pela seguinte questão: De que maneira o mito em tela relaciona o problema econômico-moral do sustento, viabilizado pelo trabalho, com a ordem familiar tradicionalmente prescrita como modelo da sociedade moderna ocidental? Os resultados desta análise apontam para a importância do trabalho feminino na dinâmica subjacente de desejos que organizam a família e a sexualidade. Com isso, conclui-se, por meio do exame do mitema que nomeia o artigo, que o assombro e a angústia demonstrados pelas mulheres e representados pelo encontro mítico com a figura do pai no ambiente da prostituição relaciona-se ao conflito de significações que emerge desse contexto.</p>2025-10-03T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5508O corpo púbere em cena: os ritos de passagem, a adolescência e a anorexia2024-10-10T11:53:59-03:00Dayane Costa de Souza Penadayannepena@hotmail.com<p>Se nas sociedades tradicionais os ritos de passagem funcionam como um tratamento simbólico para o real da puberdade e de preparação para a entrada na vida adulta pelo estabelecimento de novas modalidades de enlaçamento com o Outro social, nas sociedades modernas e hipermodernas, os ideais oferecidos pela cultura já não alcançam mais metaforizar o gozo. É aí onde o Outro se revela mais inconsistente que o adolescente se encontra lançado à urgência de tecer soluções singulares. Neste artigo, propomos que a anorexia desencadeada no tempo da adolescência pode surgir como uma dessas soluções inconscientes a que o sujeito recorre em face de uma angústia insuportável, de um gozo incontrolável e excessivo que irrompe sobre o corpo por meio da puberdade. Em vista disso, também apostamos na profícua interlocução entre a Psicanálise e o Cinema, trazendo para o nosso debate alguns fragmentos do filme Tem um vidro sob minha pele, da diretora brasileira Moara Rossetto Passoni, que nos conta a história da personagem Beatriz e da anorexia que a acomete entre os 11 e 18 anos. Acreditamos que a invenção de Passoni, nessa obra fílmica, coloca em cena valiosos elementos e articulações que nos permitirão extrair consequências para abordarmos na clínica os impasses do sujeito na anorexia com o seu corpo devido à “invasão” da puberdade.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5418Velhice e quadros demenciais: que clínica podemos oferecer ao sujeito?2024-11-02T18:32:46-03:00Francisca Maria Timoteo Silvapsifranciscamaria@gmail.comTalita Baldintalitah_0507@yahoo.com.br<p>A clínica com a velhice, e em especial quando acompanhamos casos de pacientes acometidos de quadros demenciais, não se faz sem o manejo da transferência e de diversos obstáculos. Escutam-se a família, os cuidadores, os médicos, outros colegas especialistas na área clínica, mas o paciente com demência, muitas vezes, é o último a ser ouvido e, ainda assim, visto como alguém que “fala nada com nada”, “não apresenta lógica no discurso” ou “não consegue responder a perguntas lógicas”, falas comumente ouvidas por esses mesmos indagados. Do ponto de vista orgânico, esses pacientes têm um déficit cognitivo considerável, que leva os profissionais a desconsiderar o que falam. Pela Psicanálise, entretanto, deparamo-nos com uma outra ordem de saber, que coloca o sujeito no centro da discussão, pensando o papel da escuta do sujeito e seus efeitos a partir do desejo do analista. Como considerações finais do trabalho, ponderamos que, apesar de no início da Psicanálise a escuta de velhos não ter sido alvo de grandes investigações, a escuta do inconsciente abriu portas para a complexidade da clínica e suas vicissitudes, tornando a escuta da velhice uma clínica possível, e cuja aposta clínica se dá em virtude da particularidade e subjetividade de cada paciente, no caso a caso do trabalho com o sujeito do inconsciente em estado demencial. Quando ampliada a noção de demência como uma perturbação mental, não necessariamente fruto do envelhecimento natural, ofertamos um tratamento ao sujeito sustentado no lugar de saber do sujeito.</p> <p> </p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5481Judaísmo e Psicanálise: reflexões sobre a vida e a obra de Freud2024-09-25T14:31:22-03:00Ana Paula Vedovato Marques de Oliveiravedovato.ana@gmail.com<p>O presente artigo busca refletir sobre a origem e a construção do campo psicanalítico, tendo como base a relação de Freud com o judaísmo. Para tanto, resgatamos o lugar do judaísmo na vida do autor, a partir da relação dele com o pai, que culminou em uma apropriação singular da sua herança judaica. Retomamos as críticas freudianas à religião e questionamos qual é o lugar destinado ao judaísmo na vida de Freud. Assinalamos que, a partir de uma apropriação particular do judaísmo, Freud parece ter elaborado parte de sua ambivalência afetiva dirigida à figura paterna, superando, assim, o “pai resignado” que habitava as suas lembranças. A elaboração do “parricídio” de Freud se presentifica, em nossas conjecturas, na ousada releitura que fez da religião monoteísta, em que a experiência traumática do exílio, experenciada por si e seus antepassados, ganham novas origens e sentidos. Finalmente, aproximamos os campos da Psicanálise e do judaísmo, a partir, sobretudo, da ideia de não lugar, de desterritorialização. Ressaltamos a coragem do empreendimento freudiano que, apesar de não ter rompido com a “lógica monoteísta”, revelou o caráter traumático de sua instauração e perpetuação.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Freud. Judaísmo. Psicanálise. Monoteísmo.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5194Suicídios na adolescência: efeitos psíquicos dos impasses no laço social2023-09-26T21:28:27-03:00Luciana Gageiro Coutinholugageiro@uol.com.brRebeca Espinosa Amaralrespinosacamaral@hotmail.comBruna Madureirabruna.madureira@hotmail.frMaria Vaniermsvarnier@gmail.com<p>O presente artigo situa-se no âmbito de uma pesquisa maior que interroga o suicídio na adolescência e sua relação com impasses sociais contemporâneos, partindo do fato de que, atualmente, constitui a segunda principal causa de morte entre jovens no mundo todo. Partindo de uma revisão bibliográfica a respeito do tema, objetiva analisar dois casos clínicos envolvendo tentativas de suicídio na adolescência atendidos em um ambulatório de saúde mental infantojuvenil, a partir do referencial teórico psicanalítico. Sustentamos que os efeitos psíquicos dos impasses no laço social aos quais estão submetidos os jovens/adolescentes interferem no próprio sentido da vida e da existência, estando associados ao esmaecimento da alteridade, bem como à impossibilidade de narrar a angústia e o desamparo em que se encontram, que muitas vezes se manifesta em corpo e em ato. Os atos suicidas, tão recorrentes na adolescência, podem ser analisados conforme o paradigma do mal-estar do sujeito na contemporaneidade diante do declínio do Outro na cultura e na educação.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5460Corpo e psicose na leitura de Lacan do caso Schreber2024-08-22T14:19:41-03:00Daniele França Ferreiradfrancapsicologia@gmail.comRichard Theisen Simankerichardsimanke@uol.com.br<p>A temática do corpo é um assunto bastante recorrente na teoria lacaniana. A relação do sujeito com o corpo, para Lacan, é duplamente mediada pela imagem e pelo significante, tal como se expressa em dois momentos emblemáticos de seu ensino. Num primeiro momento, na teorização sobre o estágio do espelho, o principal operador da subjetivação do corpo é a imagem, e a constituição do sujeito é pensada, sobretudo, no registro do imaginário. Num segundo momento, Lacan privilegia o registro do simbólico e o significante se torna o mediador por excelência da relação do sujeito com o corpo, agora concebido, acima de tudo, como um suporte para as operações da letra. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa é refletir sobre a questão do corpo na teorização sobre as psicoses, a partir da leitura de Lacan do caso Schreber, o qual foi escolhido por sua relevância na formulação da teoria lacaniana das psicoses e também devido ao destaque que os sintomas corporais têm na sintomatologia do caso. Esta investigação, de natureza teórico-conceitual, dedica-se à análise do Seminário 3 de Jacques Lacan (1955-1956/1985), com ênfase especial em sua leitura e interpretação das Memórias de Schreber. O estudo também examina a forma como Lacan retoma, tensiona e reinterpreta a abordagem freudiana do caso, promovendo deslocamentos fundamentais na compreensão da psicose à luz do campo do significante. Partindo do caso Schreber, Lacan conclui que os sintomas e fenômenos que envolvem o sujeito psicótico e o seu corpo podem ser concebidos como tentativas de estabilização, que fazem suplência à falta do significante paterno, quando não é possível uma intermediação do aparelho simbólico. </p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5326O duplo no delírio paranoico: um comentário psicanalítico de Cisne negro2024-09-25T12:46:40-03:00Fabiano Chagas Rabêlofabrabelo@gmail.comReginaldo Rodrigues Diasregidias@ufpi.edu.brGerlane Nanncy Alencar dos Santosgerlanenanncy@ufpi.edu.brNathanael de Sousa Silvanathanaelsousa82@gmail.comMaria de Fátima Alencar Castro Santosmariadefatima24042003@gmail.com<p class="western" align="left">O artigo investiga a participação do fenômeno do duplo na composição do delírio paranoico por meio do comentário do filme Cisne negro. O delírio é tratado como uma construção autônoma, singular e complexa que sustenta uma tentativa de cura espontânea, e o fenômeno do duplo, como uma vivência estratégica em torno do qual o delírio paranoico pode eventualmente se fundamentar e se desenvolver. Sustenta-se que o estudo do delírio tecido em torno do fenômeno do duplo é capaz de lançar luz sobre aspectos importantes da organização do psiquismo na psicose, em especial no que diz respeito aos distúrbios narcísicos. São realizadas interpolações entre o filme de Aronofsky, o livro O duplo, de Dostoiévski, o balé O lago dos cisnes, de Tschaikowsky, e o conto de fadas O véu roubado, de Musäus. Como embasamento teórico, são trazidas as contribuições de Freud, Lacan, Quinet, Maleval, Rabinovitch, Soler e Melman. São citados ainda artigos oriundos de pesquisa realizada nas plataformas SciELO e Pepsic a partir dos descritores: “Cisne Negro” OR/AND “Psicanálise”. O texto apresenta a seguinte estrutura: inicialmente são situadas as especificidades da constituição do narcisismo na esquizofrenia e na paranoia. Esses aportes teóricos acompanham a análise do primeiro ato do filme, que mostra Nina em sua rotina antes da irrupção da primeira crise. O segundo tópico foca na crise e no trabalho de estabilização. Na parte final, é levantada a hipótese de que o fusionamento com o duplo especular exigido na culminância da performace desencadeou efeitos desagregadores em Nina, levando a uma passagem ao ato. Pergunta-se então acerca das possibilidades de manejo terapêutico diante de tal situação, considerando a recorrência de manifestações análogas em contextos clínicos concretos.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5749O terror da ruptura dos rituais fúnebres na pandemia de covid-192025-05-23T18:30:19-03:00Sophia Thomazini de Aguiarsophia.thomazinii@gmail.comAmanda Bazan Furinibazanfuriniamanda@gmail.comGiovanna Carbonera Agrellagiovannaagrella@hotmail.comNatália Barros Ramalhopsi.nataliaramalho@gmail.comGraziela Tosta Barros de Carvalhograzbarros@gmail.comJúlia de Mello Gallopsicojuliagallo@gmail.comBruna Fontanelli Grigolli Pérsicobpersico@unaerp.br<p>No fim de 2019, o coronavírus surgiu na China desencadeando uma pandemia global, devido à sua alta taxa de contágio. As medidas de isolamento e distanciamento social foram implementadas para conter a propagação do vírus, resultando em mudanças significativas nas rotinas sociais. A necessidade de distanciamento físico afetou drasticamente as relações interpessoais, especialmente durante momentos de perda, como funerais. Diante disso, as restrições impostas pela pandemia interromperam ou dificultaram as despedidas e os rituais fúnebres, impactando profundamente a maneira como as pessoas vivenciam e lidam com o luto, que é compreendido pela psicanálise como a reação apresentada pelo sujeito diante da perda de uma pessoa ou abstração vinculada a essa ausência. Assim, a não realização desses ritos durante a pandemia gerou dificuldades na simbolização da perda, resultando em fantasias de medo, terror, culpa e dor. Este estudo buscou compreender, por meio da análise psicanalítica, os impactos que a falta e/ou a não realização dos ritos de morte ocasionaram durante o período da pandemia. A natureza desta pesquisa é aplicada, com abordagem qualitativa, objetivos de cunho exploratório e procedimentos de estudo de campo. A partir da análise de dados coletados em quatro entrevistas, examinou-se como os participantes enfrentaram o falecimento de entes queridos, a causa da morte e a experiência das cerimônias de despedida afetadas pelo distanciamento social. Os resultados destacaram sentimentos como estresse, ansiedade, tristeza, desamparo, raiva e impotência relacionados ao luto durante o isolamento social. Observou-se uma dificuldade na concretização psíquica da perda e na elaboração do luto, ressaltando a importância dos rituais fúnebres na aceitação da irreversibilidade da morte. Concluiu-se que tais rituais desempenham um papel fundamental no atendimento às necessidades psicológicas e sociais dos indivíduos, enfatizando sua importância durante os períodos de crise, como a pandemia.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5762Harmonizações faciais: uma perspectiva psicanalítica do mal-estar contemporâneo2025-06-10T17:18:00-03:00Janaína Maria Santos Silveirajanainasilveira072@gmail.comGesianni Amaral Gonçalvesgesianni@terra.com.br<p>As harmonizações faciais são procedimentos estéticos não cirúrgicos que vêm se destacando como um fenômeno crescente na sociedade contemporânea. Identificamos, nesse sentido, o rosto como fonte de mal-estar ou como um punctum, conceito criado por Mieli para definir o lugar do corpo próprio, que causa incômodo, e o desejo de se desfazer dele. Destarte, surgiu o interesse de realizarmos uma pesquisa de revisão bibliográfica em Psicanálise, cujo objetivo consiste em tecer uma articulação entre a busca por mudanças faciais e as proposições psicanalíticas sobre intervenções no corpo. Visamos entender o mal-estar que afeta corpos cada vez mais jovens, elegendo, como objeto de estudo, homens e mulheres na faixa etária entre 20 e 40 anos que se submeteram ao procedimento. Indagamos se a motivação do número expressivo de aumento dos procedimentos se dá em virtude do medo de envelhecer. Este artigo justifica-se devido ao fato de a incidência de procedimentos estéticos faciais liderarem as cinco primeiras colocações dos métodos não cirúrgicos mais realizados no Brasil, em conformidade com dados do último censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Conclui-se que a escolha pela prática de harmonizações corresponde a fatores da dimensão cultural, como a mídia, e que o medo de envelhecer se mostra uma justificativa para tal, uma vez que os dois procedimentos não cirúrgicos mais realizados têm por finalidade prevenir e tratar rugas e linhas de expressão, havendo uma incidência maior dos procedimentos estéticos na faixa etária entre 19 e 50 anos.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5763Guerra cotidiana: a escuta psicanalítica dos laços sociais ante a violência política2025-06-10T17:36:06-03:00Marília Fernanda Garcia Costamariliafgc29@gmail.comPerla Klautaupklautau@uol.com.br<p>Este artigo tem como objetivo discutir a escuta psicanalítica dos laços sociais a partir do trabalho em um pré-vestibular comunitário, com a média de 70 jovens, na maioria moradores de favelas e regiões periféricas da cidade do Rio de Janeiro, que enfrentam a violência política diariamente. Em meio a condições precárias de existência, sustentadas pela racionalidade neoliberal e pelos aparatos necropolíticos engendrados nas subjetividades e instituições brasileiras, os efeitos subjetivos oriundos da precarização acabam sendo silenciados e naturalizados, o que pode gerar sofrimento psíquico. Para debater essas questões e pensar atuações possíveis, fundamentamo-nos na implementação de um dispositivo psicanalítico de escuta nomeado “Tá na roda: intervenções clínico-políticas em espaços educacionais”, o qual é baseado na metodologia de grupos operativos, isto é, grupos organizados em torno de uma tarefa. Nesse caso, a tarefa que circunscreve as rodas consiste em fazer a palavra circular, por meio do movimento de associação livre coletivizada. Sendo assim, com base no recorte de dois anos de participação no projeto, os resultados nos mostram que as construções coletivas têm o potencial de operar como instrumento de cuidado e reconhecimento dos sujeitos, fortalecendo os laços sociais. Na medida em que buscam romper com o silenciamento dos afetos e colocar em xeque a alienação subjetiva dos sujeitos ante discursos hegemônicos, esses dispositivos revelam ter caráter clínico-político.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5748Nome próprio: a tela como uma (des)amarradura dos sintomas2025-05-23T18:23:46-03:00Thauany Duarte Dinizthauanyddiniz@yahoo.comVanessa Guimarães da Silvavguimaraes091@gmail.com<p>O presente trabalho buscou compreender a relação entre nome próprio, corpo e virtualidade sob a perspectiva psicanalítica, de forma a analisar os atravessamentos do autonomear no ciberespaço mediante as palavras autorais de Cielo Latini. Para obter tal objetivo, houve a retomada das obras freudianas e lacanianas – primeiro ensino –, bem como autores que abordavam tal temática baseando-se na teoria desses dois grandes psicanalistas. Ademais, a obra autobiográfica Abzurdah (2006), da autora argentina Cielo Latini, foi utilizada como objeto de estudo, tendo em vista que os pontos teóricos foram discutidos a partir de tal narrativa. Assim, por meio da análise documental, foi possível investigar como Latini faz uso do ambiente virtual para se manter em uma posição gozante, já que os nomes escolhidos para os seus users podem se referir aos seus sintomas. Ainda foi possível perceber a tentativa constante da protagonista de ocupar o lugar de Ideal para o Outro, que, em sua infância, era ocupado pela mãe e, já na adolescência, pelo outro do sexo, Alejandro. Este artigo não pretende esgotar as discussões sobre o tema, mas, ao contrário, possibilitar uma abertura crítica sobre os atravessamentos teóricos em relação à vida absurda do caso publicado.</p>2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálisehttp://periodicos.ufsj.edu.br/analytica/article/view/5747Editorial2025-05-23T18:10:19-03:00Renata Cristina Gonçalvesrenatacgoncalves@hotmail.com2025-06-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Analytica: Revista de Psicanálise