Gênio e Natureza na Crítica do Juízo
Abstract
Resumo: Propomos relacionar a noção de gênio na Crítica da Faculdade do Juízo com as introduções à mesma obra, que dizem respeito ao sistema das faculdades de conhecimento e do ânimo. É patente o abismo insuperável entre os dois domínios da filosofia, a saber, teórico e prático. O filósofo de Konigsberg arquiteta uma pretensa ponte entre os dois cumes, porém, apenas enquanto sistema crítico e subjetivo. A faculdade de julgar se apresenta como legislador a priori, porém, diversa da legislação do entendimento e da razão, que são determinantes. O juízo é apenas reflexivo, pois mira a legislação do contingente, de leis empíricas particulares. Na analítica do belo, a legalidade do contingente é encontrada no conceito árido de conformidade a fins, que faz do objeto belo apreciado um exemplo, e não uma lei geral. A conformidade a fins é vista na Natureza apenas do ponto de vista técnico (artístico). O gênio é dotado de uma faculdade produtora, cuja obra é a arte bela, o qual Kant faz uma analogia com a Natureza. A obra de arte bela parece ser objeto da natureza. Assim, sustentamos que essa analogia somente é possível se pensarmos Natureza considerada do ponto de vista técnico, cuja legalidade está no contingente e no exemplo.
Palavras-chave: Gênio; Natureza; Arte.