Velhice e quadros demenciais: que clínica podemos oferecer ao sujeito?

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DOI:

https://doi.org/10.69751/arp.v14i27.5418

Resumo

A clínica com a velhice, e em especial quando acompanhamos casos de pacientes acometidos de quadros demenciais, não se faz sem o manejo da transferência e de diversos obstáculos. Escutam-se a família, os cuidadores, os médicos, outros colegas especialistas na área clínica, mas o paciente com demência, muitas vezes, é o último a ser ouvido e, ainda assim, visto como alguém que “fala nada com nada”, “não apresenta lógica no discurso” ou “não consegue responder a perguntas lógicas”, falas comumente ouvidas por esses mesmos indagados. Do ponto de vista orgânico, esses pacientes têm um déficit cognitivo considerável, que leva os profissionais a desconsiderar o que falam. Pela Psicanálise, entretanto, deparamo-nos com uma outra ordem de saber, que coloca o sujeito no centro da discussão, pensando o papel da escuta do sujeito e seus efeitos a partir do desejo do analista. Como considerações finais do trabalho, ponderamos que, apesar de no início da Psicanálise a escuta de velhos não ter sido alvo de grandes investigações, a escuta do inconsciente abriu portas para a complexidade da clínica e suas vicissitudes, tornando a escuta da velhice uma clínica possível, e cuja aposta clínica se dá em virtude da particularidade e subjetividade de cada paciente, no caso a caso do trabalho com o sujeito do inconsciente em estado demencial. Quando ampliada a noção de demência como uma perturbação mental, não necessariamente fruto do envelhecimento natural, ofertamos um tratamento ao sujeito sustentado no lugar de saber do sujeito.

 

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Biografia do Autor

Francisca Maria Timoteo Silva, Associação Fluminense de Reabilitação

Psicóloga, pós-graduação em Fundamentos da Clínica Psicanalítica (FAMATH) e em Psicologia Hospitalar e da Saúde (Instituto Líbano em parceria com o Centro Universitário Celso Lisboa RJ); psicóloga e supervisora na Associação Fluminense de Reabilitação, em Niterói (Rio de Janeiro, Brasil). 

Talita Baldin, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Psicologia (Universidade Federal Fluminense), docente de graduação na Universidade Castelo Branco (Rio de Janeiro, Brasil); e em diversos cursos de pós-graduação, psicóloga e psicanalista. 

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Publicado

12-06-2025

Como Citar

Silva, F. M. T., & Baldin, T. (2025). Velhice e quadros demenciais: que clínica podemos oferecer ao sujeito?. Analytica: Revista De Psicanálise, 14(27). https://doi.org/10.69751/arp.v14i27.5418