Do íntimo ao público: a consolidação da personagem espectral pela narrativa autobiográfica
Mots-clés :
Narrativa autobiográfica. Diversidade sexual. Criação de personagem.Résumé
O presente artigo visa à criação de uma reflexão teatral partindo da observação do uso de materiais autobiográficos na confecção do espetáculo “Araci: quando abraço de mãe não cura”, dentro do projeto de extensão universitária, “Araci: teatro e contemporaneidade”. Entre os destaques desta reflexão, apontamos a análise dos estímulos propostos pela autobiografia e a funcionalidade dessa escolha de atuação como geradora de signos e significados. Acredita-se, neste trabalho, ser possível suscitar uma reflexão entre autobiografia, diversidade sexual e o atual objeto de estudo do aluno em questão – a criação da personagem tendo a narrativa autobiográfica como propulsora da ação cênica, alimentando e fomentando a persona e a presença cênica do ator no processo. Sob esse prisma, a autobiografia e sua atuação têm a necessidade de serem melhor compreendidas no processo do fazer teatral contemporâneo, uma vez que parte desta pesquisa se baseia em uma nova forma de observar as práticas e os desdobramentos cênicos. Essa forma questiona e investiga novas maneiras de atuar e pensar o teatro, abordando a subjetividade de um processo cênico autônomo, assumindo, dessa forma, um caráter metafórico e singular. Há ainda a intenção de explorar os desdobramentos desse recurso potencializador nos elementos técnicos e plásticos que, nessa perspectiva de confecção, se apresentam fortemente como uma extensão do ator, estimulando e criando funcionalidade para um determinado texto, imagem, memória e/ou ação cênica. Cabe ainda ressaltar que as informações reunidas neste estão em consonância com as obras “O Espaço biográfico. Dilemas da subjetividade contemporânea” de Leonor Arfuch e “O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet” de Philippe Lejeune.