O debate em torno das concepções éticas e do seu ensino
Resumo
Resumo: No final do século XIX, a assunção da moral kantiana vem a ser internalizada a par da resposta de Guyau sobre a incerteza prática daquela, quando, ao mesmo tempo, se admitem as posições éticas positivistas e utilitaristas. A abertura ao antropocentrismo personalista de Max Scheller estará presente na pedagogia da axiologia e da ética embora, em muitos casos, de modo crítico como acontece com a meditação de Eduardo Abranches de Soveral apontando como caminho possível a restituição, contra o formalismo kantiano, de uma dimensão axiológica dos bens e dos fins sem cair no relativismo. A definição histórica e conceitual dos modelos éticos, que constituem preocupação basilar de Antônio Paim, acompanha a problematização da moral social à luz da experiência moral, porventura ainda não totalmente elucidada, no nosso contexto cultural luso-brasileiro. Importa, assim, refletir sobre desafios éticos atuais adequados a uma sociedade complexa. A exigência kantiana da consulta à instância racional e crítica implica uma vigilância e um cuidado acrescidos. Tudo isso supõe a vivência e convivência do puro valor contrária à condicionalidade negativa do puro dever, de matriz kantiana, para parafrasear uma instigante interpretação de Karol Woytila sobre Max Scheller e Kant.
Palavras-chave: Ética; Moral; Valor; Kant; Max Scheller.