PARA GELAR A ALMA DOS VIVOS
LUGAR DE MEDO NA FAZENDA DA FORTALEZA DE SANT´ANNA, GOIANÁ, MG
Resumo
Os colonos da Fazenda da Fortaleza de Sant’Anna, Goianá-MG, são trabalhadores rurais descendentes dos primeiros lavradores que chegaram a essas terras e que, sem direito à liberdade foram escravizados, foram forçados a cederem sua mão de obra durante o período escravocrata do século XIX. Os colonos são ainda descendentes de imigrantes italianos. Estes, na busca por melhor qualidade de vida, deixaram seu suor, suas esperanças e seu trabalho nesse latifúndio ao longo do século XX. Os colonos são os sujeitos que, por toda uma existência, viveram e vivem nessa localidade, escrevendo sua história e sua geograficidade. E, por fim, tamanha é a importância dessas pessoas que hoje são também os sujeitos de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora desde 2022. Tal pesquisa é caracterizada, metodologicamente, como qualitativa, de caráter exploratório, e que vem seguindo caminhos para a compreensão dos sentidos de lugar e dos exercícios de territorialidade dos colonos. O presente artigo, portanto, é o recorte dessa pesquisa mais ampla de mestrado em que, durante um pré-campo, uma colona apresentou através do seu próprio olhar, alguns de seus lugares de infância. Neste texto procurou-se focar em apenas um desses lugares: o cemitério. O lugar nem sempre desperta no sujeito sentimentos de uma forma positiva e, nesse sentido, a Geografia Humanista e Cultural permite um desvelamento das emoções e dos sentimentos no lugar. Isso porque essa abordagem possibilita traçar pilares de uma observação e de uma escuta baseada nas experiências dos sujeitos. Para tanto, foram utilizados alguns conceitos geográficos na perspectiva dos geógrafos humanistas e culturais Tuan, Relph e Rosendahl, tais como: lugar, lugar sagrado, lugar profano e lugar de medo. Certamente a imersão em campo contribuiu com a maior compreensão dessa íntima relação dos sujeitos santanenses com a Fortaleza de Sant’Anna.
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