A rosa que se abre e revela o mistério: interpretação iconográfica da pintura da capela do Rosário de Tiradentes, MG

Autores

  • Luciana Braga Giovannini

Resumo

Resumo: O artigo que ora apresentamos tem o objetivo de compartilhar com o leitor o estudo iconológico da pintura de forro que ornamenta a capela-mor da igreja do Rosário da antiga Vila de São José localizada na atual cidade de Tiradentes, Minas Gerais. A representação de Nossa Senhora do Rosário, o menino Jesus e os santos Domingos de Gusmão e Francisco de Assis inseridos no interior de uma estrutura arquitetônica é uma pintura muito exclusiva da arte do período colonial em Minas Gerais, produzida na segunda metade do séc. XVIII por um pintor desconhecido. O programa iconográfico, muito provavelmente, teve como finalidade sugerir uma prática religiosa aos membros da irmandade constituída, essencialmente, por pessoas de concepções culturais e religiosas distintas. Nesse processo de evangelização e encontro entre culturas, acreditamos que a arte constituiu um importante instrumento de integração entre a Igreja e os africanos, e seus descendentes, um projeto que pretendeu incorporar os negros ao culto católico e conduzi-los à conformidade da escravidão. Confrontando a imagem com os Sermões de P. Antônio Vieira, percebemos que a devoção ao Santo Rosário e à Virgem do Rosário corresponde à "Carta de Alforria" dos irmãos do rosário pretos, os quais puderam conquistar a liberdade no plano espiritual. Nesse âmbito, o cativeiro foi considerado o milagre do rosário e a rosa, símbolo dos homens livres, o "selo" da bem-aventurada carta.

 

Palavras-chave: Arte, Iconografia, Iconologia, Pintura de teto, Pintura colonial.

 

Resumen: El artículo que presentamos aquí tiene el objetivo de compartir con el lector el estudio iconológico de la pintura del techo que adorna el presbiterio de la iglesia del Rosário de la antigua Vila de São José, ubicada en la actual ciudad de Tiradentes, Minas Gerais. La representación de Nuestra Señora del Rosario el niño Jesús y los santos Domingos de Gusmão y Francisco de Assis insertados en el interior de una estructura arquitectónica es una pintura muy exclusiva del arte de la época colonial en Minas Gerais, producida en la segunda mitad del siglo XVIII por un pintor desconocido. El programa iconográfico, muy probablemente, tenía el propósito de sugerir una práctica religiosa a los miembros de la hermandad, constituida, esencialmente, por personas de diferentes concepciones culturales y religiosas. En este proceso de evangelización y encuentro entre culturas, creemos que el arte fue una importante herramienta de integración entre la Iglesia y los africanos, y sus descendientes, un proyecto que buscaba incorporar a los negros en el culto católico y llevarlos a la conformidad de la esclavitud.  Al confrontar la imagen con los Sermones  del  P. Antônio Vieira, nos damos cuenta de que la devoción al Santo Rosario y a la Virgen del Rosario corresponde a la "Carta de Libertad" de los hermanos del rosario negro, que pudieron conquistar la libertad en el plano espiritual. En este contexto, el cautiverio fue considerado el milagro del rosario y la rosa, símbolo de los hombres libres, el "sello" de la bienaventurada carta.

 

Palabras clave:Arte; Iconografía; Iconología; Pintura de techo; Pintura colonial.

 

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Publicado

31-12-2020

Como Citar

Braga Giovannini, L. (2020). A rosa que se abre e revela o mistério: interpretação iconográfica da pintura da capela do Rosário de Tiradentes, MG . Rocalha - Revista eletrônica Do CEPHAP - UFSJ, 1(1), 25–59. Recuperado de http://periodicos.ufsj.edu.br/rocalha/article/view/4881